A Culpa é da Ciência #007 - Pescando reconhecimento: a voz das mulheres no mar e na política
Deputadas e pescadoras puxam a mesma luta. A Culpa é da Ciência é a newsletter mensal da Bori que reúne histórias, descobertas e debates relevantes para você, que dá valor à ciência.
Para medir quem realmente capitaneia no Congresso, pesquisadores do INCT-ReDem e do Observatório do Legislativo criaram o Índice de Influência Parlamentar. O ranking dos 100 deputados mais influentes mostrou um cardume desbalanceado: 88 homens e só 12 mulheres. Entre elas, veteranas como Benedita da Silva (PT-RJ, 83 anos), novatas como Yandra Moura (União-SE, 31 anos) e lideranças indígenas como Célia Xakriabá (PSOL-MG). Há diversidade, mas a rede continua curta para tanta demanda de representatividade. (também na Super e na Galileu)
Enquanto isso, do outro lado da maré, pescadoras artesanais seguem na busca por sustento e cultura, ainda invisíveis nas estatísticas e frágeis diante das mudanças climáticas. Do aumento das tempestades à perda de biodiversidade, elas sabem — na pele e na prática — que o mar não espera, mas suas vozes ainda demoram a chegar às políticas públicas (também na Ressoa Oceano).
Seja no plenário ou na beira da praia, essas mulheres seguem pescando reconhecimento. E a ciência mostra que, sem elas, a rede da política e a rede do mar ficam com buracos demais para dar conta do futuro.
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⛏️Raízes e rejeitos na Amazônia
Voltando, más notícias também no polígono do dendê, no Pará, onde projetos ambientais emperram. Estudo no periódico Cadernos Gestão Pública e Cidadania mostra que pobreza, insegurança fundiária e falta de serviços básicos afastam comunidades dos programas de conservação, deixando políticas bem-intencionadas sem chão (também no Portal Amazônia). Felizmente, há algumas boas notícias trazidas pela ciência.
Pesquisadores da UFPA mostraram na REM – International Engineering Journal que até rejeitos da mineração podem virar solução: restos de vermiculita e a fase tipo Shigaite LDH, rejeito da mineração de manganês, foram transformados em materiais capazes de limpar águas contaminadas com corantes e metais pesados, com altíssima eficácia (também no Metrópoles).
Também na UFPA, outra notícia preciosa: o pau-cravo, árvore amazônica rara e ameaçada, só germina se suas sementes forem plantadas logo após a colheita. Saber o ponto certo de maturidade pode ser a diferença entre o desaparecimento e a continuidade de uma espécie que carrega valor ecológico e cultural para a região, mostra estudo publicado na revista Rodriguésia (também em Educação Ambiental do Brasil).

✨ E mais
🤖⚕️Dra. IA — a inteligência artificial já ajuda em diagnósticos e exames, mas ainda levanta dúvidas sobre privacidade, autonomia dos pacientes e até quem deve responder quando a máquina erra. (também na Rede Nacional de Combate à Desinformação)
🕊️📡Andorinhas no radar — radares meteorológicos em Manaus registraram o voo sincronizado de até 422 mil andorinhas em espiral. Uma imagem de tempestade que, na verdade, é espetáculo da biodiversidade. (também no Gizmodo)
🐀🌾Tuco-tuco-do-lami — esse roedor exclusivo do Rio Grande do Sul perdeu quase todo o habitat com a fragmentação do Pampa. Sem corredores de vegetação, fica cada vez mais difícil garantir sua sobrevivência. (também na Brasis)

🔎 Vimos por aí
🚀 Starship no alto — No 10º teste, a nave da SpaceX enfim interrompe série de falhas e completa voo perfeito.
📱 Ciência cidadã — Mais de 5 mil artigos científicos já usaram dados do app iNaturalist. O NYT mostrou como a plataforma virou insumo global para entender biodiversidade e clima.
🏅 Novo prêmio — Instituto Jô Clemente anuncia prêmio que distribuirá R$ 500 mil para apoiar o desenvolvimento de produtos tecnológicos voltados a pessoas com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA).
🏆 Mais láureas! — A cientista Mercedes Bustamante (UnB) e o escritor Marcelo Rubens Paiva são os vencedores da edição de 2025 do Prêmio FCW, concedido pela Fundação Conrado Wessel.
💸 Bolsistas com mais fôlego — CNPq flexibiliza regras e agora bolsistas podem ter outras fontes de renda.
📰 Bolsas abertas — Fapesp recebe inscrições até 31 de agosto para bolsas de jornalismo científico.
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