A Culpa é da Ciência #004 – Minutos perdidos; paciência também
Quarta edição, firme e forte! A Culpa é da Ciência é a newsletter mensal da Bori que reúne histórias, descobertas e debates relevantes para você, que dá valor à ciência.
Quanto tempo da sua vida você anda perdendo? Se consome biscoito recheado (ou bolacha recheada, se achar que soa melhor), são 39 minutos de vida saudável perdidos por porção (!), segundo um novo estudo brasileiro da USP. Os pesquisadores analisaram 1.141 alimentos e bebidas com base no índice Health Nutritional Index (Heni), que estima minutos de vida saudável ganhos ou perdidos conforme o consumo de cada item. Também foram considerados dados de emissão de gases de efeito estufa e uso de água associados à produção desses alimentos.
Em média, os chamados alimentos ultraprocessados (você já conhece a classificação Nova, né?) fazem os brasileiros perderem 16 minutos de vida saudável por porção. Entre os maiores vilões estão, além do biscoito recheado🍪, a margarina🧈 e o refrigerante🥤. A boa notícia é que alimentos in natura, como peixes🐟, frutas frescas🍓 e grãos integrais🌾, somam pontos — e minutos — nesse mesmo índice. A notícia saiu também na Veja e na Folha.
Se a comida anda reduzindo os minutos de vida, a política tem roubado a paciência (e talvez até os cabelos 👨🏽🦲) dos eleitores. Um levantamento do INCT ReDem mostra que a maioria dos brasileiros apoia a democracia, mas menos da metade está satisfeita com seu funcionamento. Houve repercussão em veículos como o Diário do Nordeste.
🎓 Treinamentos: maio agitado
🌵As inscrições para o workshop Soluções da ciência para a proteção da biodiversidade e enfrentamento da crise climática terminam na terça, 27 de maio. O evento — exclusivo para jornalistas cadastrados na Bori — começa na quinta (29) e contará com especialistas em conservação, restauração ambiental e bioeconomia. Saiba mais e inscreva-se aqui.
⚡Também está rolando a mentoria InfoEnergia, que reúne 25 jornalistas de todo o país para oito sessões sobre eficiência energética, com apoio da Clasp. A seleção foi concorrida: 4 candidatos por vaga! O programa culminará com o Prêmio InfoEnergia, para reportagens sobre o tema. Acompanhe aqui.
🥫E, ainda em maio, realizamos a coletiva Desvendando os aditivos alimentares: o que estamos consumindo?, com apoio do Instituto Ibirapitanga. Participaram jornalistas do UOL, Deutsche Welle, TV Brasil, Agência Pública e outros. Especialistas debateram riscos e regulação. Confira como foi.
🏫🌏 Da universidade para o mundo
Mesmo sem curso de jornalismo, a Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) está formando uma nova geração de divulgadores científicos. Inspirados pela Bori, estudantes de diversas áreas passaram a transformar pesquisas acadêmicas em notícias — com precisão e linguagem acessível. O resultado é um time de bolsistas que atua na ponte entre ciência e sociedade, mostrando que a comunicação científica pode (e deve) ser plural. Veja como essa transformação aconteceu.
✨ E mais
🩹 Curativo sustentável – Resíduo da indústria pesqueira vira curativo cicatrizante com potencial para substituir produtos sintéticos. (também no Metrópoles)
🐆 Opinião: alimentar onças é cilada – Prática cresce no Pantanal e ameaça tanto os felinos quanto os humanos. (também no Estadão Mato Grosso)
🏭 Descarbonizar o aço – Apesar de ter matriz energética limpa, Brasil ainda engatinha nas políticas para tornar a indústria do aço menos poluente. (também no Cubo)
👩🏾🏫49 mil anos de vida perdidos – Desastres naturais e mudanças climáticas causaram perdas significativas no Rio de Janeiro, especialmente para as mulheres (também em Nós, mulheres da periferia)
👀 Outsiders na política - Eleitores paulistas querem novos nomes para presidência, mas não confiam em candidatos sem alguma trajetória política. (também no podcast A Hora)
🔎🗺️ Vimos por aí
📊 Produtividade em alta – Mais de 6 mil cientistas receberam bolsas de produtividade do CNPq neste ano, superando a previsão inicial.
📚 Revistas científicas sob ataque – Pesquisa Fapesp discute como críticas crescentes à legitimidade das revistas acadêmicas acendem sinal de alerta.
🤵🏿♂️🤵🏼♀️🤵🏽♂️ - 8,7 milhões de variantes - O Globo discute estudo na Science mostra como a história do Brasil se imprimiu na biologia da população e pode melhorar a medicina.
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