A Culpa é da Ciência #003 - Sinais dos tempos para a questão ambiental
Já somos três vezes culpados — com zero arrependimento! A Culpa é da Ciência é a newsletter mensal da Bori que reúne histórias, descobertas e debates relevantes para você, que dá valor à ciência.
Um estudo inédito divulgado em primeira mão pela Bori mostrou, com números e nomes, o que muita gente já suspeitava: entre 2019 e 2022, a Câmara dos Deputados teve atuação majoritariamente pró-emissões de gases de efeito estufa. E isso não foi acaso, mas escolha política.
Pesquisadores do INCT-ReDem (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Representação e Legitimidade Democrática) criaram o CO₂-Index, um índice que mede quanto cada deputado contribuiu para aumentar ou mitigar as emissões de carbono no Brasil. Foram analisadas mais de 600 votações nominais, 370 proposições e 2.400 projetos de lei. O resultado: mais da metade das decisões relevantes favoreceu propostas emissoras, e a maioria dos parlamentares ficou com pontuação positiva — ou seja, poluente.
Não é fácil: enquanto alguns tentam debelar as chamas, outros botam mais lenha na fogueira. Veja no Instagram ou LinkedIn da Bori quem foram os deputados mais emissores e os mais mitigadores.
Da fogueira ao fogão (ou para longe dele?), a alimentação moderna também virou campo de batalha. Sabine Righetti, cofundadora da Bori, esteve no Roda Viva para entrevistar o epidemiologista e pesquisador da USP Carlos Monteiro, criador da Classificação Nova — aquela que criou o termo “ultraprocessados", que se espalhou no mundo todo. A conversa tá imperdível para quem quer entender por que a gente come tão mal... e o que dá para fazer de diferente. Vale assistir!
🛐🌏 Louvado seja o planeta
Papa Francisco morreu no último dia 21, mas deixou uma herança que perpassa não só a Igreja, mas também os debates sobre ambiente, ciência e justiça social. Em seus discursos e encíclicas, ele articulou fé e sustentabilidade com firmeza — e sem esquecer da ciência. Análise publicada pela Bori explica como o pontífice lidou com a crise climática e cobrou responsabilidade global. Francisco rejeitava a falsa oposição entre religião e ciência e defendia que proteger o planeta é, também, um dever ético e espiritual.
🧪 Ciência do Brasil
🪲🌳 Levou só 20 anos (mas foi)
Nem tudo na ciência acontece rápido. Aliás, quase nada. E algumas descobertas têm o poder de nos lembrar o quanto persistência é uma virtude essencial na pesquisa científica. Eis duas histórias que demoraram mais de 20 anos para se concretizarem:
🪲 Depois de duas décadas, cientistas finalmente encontraram um macho da espécie Cryptolestes obesus no Brasil. Essa espécie de besouro é uma daquelas pequeníssimas e discretas, que vivem escondidas. Até então, só a fêmea tinha sido descrita. A descoberta, feita por pesquisadores da UFRB, foi publicada na Zootaxa (saiu em Um Só Planeta)
🌳 Em Manaus, uma nova espécie de imbaúba, Cecropia manauara foi identificada e descrita por cientistas do INPA. O curioso? Ela já estava catalogada desde os anos 1990, mas só agora foi reconhecida como espécie nova. E a árvore já nasce classificada como “vulnerável à extinção” (também no G1)
E mais
🧠 Sharenting faz mal - Pais que compartilham fotos e informações dos filhos nas redes sociais podem prejudicar o desenvolvimento emocional das crianças e expô-los à pedofilia (também na Galileu)
🍔 Ultraprocessados e a saúde das mulheres - Comer biscoitos recheados, refrigerantes e congelados prontos está associado a maior risco de hipertensão, diabetes e obesidade, mostra estudo com dados de 100 mil pessoas (também na Agência Brasil)
🐟 Peixes amazônicos revelam segredos da evolução - Novas espécies de peixes cascudinhos foram descritas usando análise genética e morfológica. Estudo contou com financiamento coletivo (também no Gizmodo)
Também vimos
🌧️ Rio 60ºC - Ambiental Media mergulha fundo nos riscos crescentes de desastres climáticos no Rio de Janeiro.
✍️ Manifesto - centenas de cientistas assinam documento que pede fim dos ataques do governo dos EUA à ciência.
👶🏾 Crianças desenham mulheres cientistas - Cresce o número de meninas que imaginam cientistas com cabelo longo, batom e jaleco.
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